Eu quero saber daquele encontro,
de retinas estagnadas
ao reconhecerem-se umas nas outras.
Daquele sopro ao pé do ouvido
sugerindo eternidade.
Daquele alívio em cada expiração,
por ter ao longo da vida
o diálogo essencial,
ainda que discrepâncias entre as duas partes
se faziam presentes.
Pois ambos sabemos
(ou sabíamos, ou
só eu sabia?)
que na maioria das vezes
o crescimento é fruto da adversidade,
e
de alguma forma
esse era também o estímulo da nossa relação,
já que somos
(ou éramos,
ou só eu sou?)
conscientes da constante
e imortal
evolução do ser.
Onde está?
Foi tudo engano?
Claro que não!
Isso não é uma pergunta,
é uma reflexão!
Eu não tenho dúvidas
de tudo que fomos
e somos.
Eu não tenho a mínima dúvida.
Nossa parceria essencial,
muito além desse momento
ou dessa vida,
ou seja lá o que for,
é,
ou foi,
real.
Ressonamos
sim,
em algum momento,
na mesmíssima
frequência...
A mais bela que ainda ressoa
dentro de mim.
Eu não vou desistir
de te trazer de novo
para isso.
Eu não me importo
com as imagens à sua volta,
eu estou falando sobre o que há de mais interno em ti.
Estou falando
da sua retina!
Todo seu corpo pode estar interagindo
com figuras diferentes
hoje.
Como engrenagens
que se encontram no espaço
se entrelaçam,
dançam,
e se soltam,
para dançar com outras
que se esbarram
nesse caos predestinado que vivemos,
assim somos,
mas ainda carregamos as mesmas retinas,
o mesmo gérmen,
o mesmo passado,
os mesmos acordos silenciosos
que se firmam no Amor.
Um comentário:
Sempre um prazer visitar suas palavras.
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