segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Luz intensa

Que grande arrogância do meu pretender
pensar que o impossível eu podia fazer...
Como é que palavras, que são só palavras,
iriam conter tamanho universo que abrange teu ser?

Não me impeço de gritar pro mundo:
Olha, como ela dança!
Ela gira num mundo só dela, espalhando-se em leveza e bem-aventurança!
Olha o seu gingado: é de um pisar firme
a deixar olhares ignorados.

Olha nos olhos dela: tem muita pureza e força,
tem descência e sinceridade,
não tem medo nem tão pouco maldade.

Olha, pode olhar. Chegue perto dela,
lhe dê um abraço,
e diz que fui eu que mandei.

Não me impeço de sentir nem de dizer,
mas nada me basta,
nada satisfaz minha escrita nem meu saber.

Então me convenço:
de usar da humildade e bom senso.
Deixo esta homenagem nas mãos do silêncio.
É só nele que tudo pode ser dito,
assim a grandiosidade que é você
não se limita a poesia: um mero escrito.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Um pouco de nada

Confesso que sim,
tô cheia de tudo
e o tudo é tão cheio
que estou a vazar

me falta um pouco de nada
uma respirada
de nada
só ar

e o nada é tão muito...
onde eu ponho o tudo
pro nada entrar?