terça-feira, 19 de outubro de 2010

De ex-encanto

O desencanto
goteja pranto
em todo canto
e em meu cantar.

O que eu canto
é dor de tanto
ódio e espanto
a decantar.

Você, no entanto
atrás do manto
de quem é Santo
me diz amar.

Mas seja franco
ou te espanco
com o meu canto
que é chorar.

Um comentário:

Luis Sapir disse...

Lindo!

Meu favorito!

O final é obra-prima: de tanto espanto, lacrimejei minutos e ainda sinto um arrepio na nuca.

Parabéns!